Langeland (1982), com muita propriedade, relata as funções da polpa, que são: de formação, nutrição, sensorial e defesa.
Função Formadora:
O desenvolvimento da polpa é um processo gradual com variações individuais; assim sendo, não é possível estabelecer uma época específica para seu início.
O desenvolvimento também varia com o dente em causa. Todavia, em cada germe dental o desenvolvi-mento da polpa ocorre depois do crescimento da lâmina dentária para dentro do tecido conjuntivo e da formação do órgão dental.
Durante a invaginação da lâmina dentária no tecido conjuntivo ocorre uma concentração das células mesenquimatosas, conhecida como papila dental, diretamente abaixo do órgão dental. A papila dental torna-se nitidamente evidente por volta da oitava semana embrionária nos dentes decíduos anteriores, evidenciando-se mais tarde nos dentes posteriores e, ainda mais tarde, nos dentes permanentes.
A dentina é um produto da polpa, e a polpa, por meio dos prolongamentos ododntobláticos, é parte integrante da dentina.
Assim, quando uma cárie ou preparo da cavidade envolve a dentina , são envolvidos os prolongamentos odontoblásticos e a polpa.
A polpa produz dentina durante toda a vida.
Função Nutritiva:
Durante a fase de desenvolvimento o importante papel da polpa é o de promover nutrientes e líqüido tecidual para os componentes orgânicos dos tecidos mineralizados circunjacentes.
Os prolongamentos odontoblásticos começam nas junções dentina-esmalte e dentino-cemento e se estendem até a polpa, através da dentina. Esses prolongamentos constituem o dispositivo vital necessário ao metabolismo da dentina.
(Brännströn verificou que em pacientes adultos, esses prolongamentos ocupam apenas 1/3 dos canalículos dentinários, sendo o restante prenchido por líquido intersticial).
A despeito do estreitamento da câmara pulpar, que ocorre usualmente como resultado do envelhecimento e de calcificação patológica, a polpa conserva a vitalidade e sua circulação permanece intacta e funcionando.
Função Sensorial:
Uma das funções da polpa é a de responder às agressões com dor. Ela apresenta em seu interior terminações nervosas livres.
Função Defensiva:
Uma das funções da polpa é a de responder às agressões com inflamação.
Os irritantes, seja qual for a origem, estimula uma resposta quimiotática que impede ou retarda a destruição do tecido pulpar.
A inflamação, portanto, é uma ocorrência normal e benéfica. Todavia, também desempenha um papel destrutivo na polpa.
A polpa bem vascularizada tem surpreendente capacidade de defesa e recuperação.
A desintegração completa será o resultado final se os agentes nocivos forem suficientementes intensos e duradouros.
Como foi dito anteriormente, o movimento circulatório pulpar tem capacidade de remover o agente irritante.
Devemos ter em mente que se atuarmos em dentina, estamos atuando em tecido conjuntivo Complexo Dentina-Polpa e qualquer distúrbio em um, refletirá no outro.
O organismo humano está constantemente submetido a stress e podem ser de três intensidade:
Sub-fisiológico,
Normo-fisiológico
Supra-fisiológico.
No estímulo sub-fisiológico, que está abaixo do limiar de excitação, o organismo não responde.
O normo-fisiológico determina resposta fisiológica do organismo, adaptando-o à vida.
O supra-fisiológico desencadeará ruptura do equilíbrio, podendo levar o organismo à doença ou à morte
O tecido conjuntivo reage aos estímulos e o complexo dentina-polpa pode apresentar as seguintes reações: Caso o agente agressor, (cárie) estiver situado no esmalte, estará dentro do estímulo sub-fisiológico para o complexo dentina-polpa, e esse não responderá. ( é o que se conhece até agora).
O estímulo normo-fisiológico da mastigação, por exemplo, desencadeia à formação de dentina secundária regular, durante toda a vida do dente. É uma resposta fisiológica à um estímulo fisiológico.
Quando a agente agressor (cárie) estiver na dentina, mas sua agressão estiver dentro do normo-fisiológico, o complexo dentina-polpa reage fisiológicamente, lançando mão dos meios normais de mecanismos ativos de obliteração dos canalículos dentinários e formação de dentina secundária irregular (dentina reparadora).
Sabemos que todas as vezes que a cárie atinge a dentina, a polpa responderá, porque a dentina e a polpa forma um único complexo.
À medida que o estímulo vai passando do normo-fisiológico para o supras-fisiológico, a polpa lança mão de mecanismos de defesa cada vez mais intenos, até que, não resistindo mais, a morte desse tecido se estabelece.
Como já dissemos, na polpa, encontra-se apenas terminações nervosas livres, logo, sob qualquer estímulo (térmico, elétrico) ela só responde de uma forma: DOR.
Fonte: http://www.forp.usp.br/restauradora/polpa.htm
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