Coliformes fecais, bolor e leveduras foram alguns dos microrganismos encontrados nos objetos analisados pelo estudo.
O banheiro, por ser um local de muita umidade e com pouca circulação de ar, é o lugar mais contaminado de uma casa e um dos mais propícios para a proliferação de fungos e bactérias. No local, se fazem as necessidades fisiológicas e a higienização pessoal. Sendo assim, as escovas de dente tornam-se alvos prioritários desses microorganismos. Ao dar a descarga com a tampa aberta, por exemplo, muitas bactérias e fungos se espalham no ambiente através de gotículas minúsculas de água que saem do vaso sanitário e se alojam nas cerdas dentárias das escovas que ficam sobre a pia.
Uma pesquisa da Veris Faculdades em campinas, realizada pelas alunas do curso de Ciências Biomédicas, Adriana Perez e Tássia Bulhões, orientada pela professora de Microbiologia, Rosana Siqueira dos Santos, analisou a presença de diferentes tipos de microorganismos na escova, inclusive coliformes fecais e outras bactérias que podem causar problemas gastrointestinais e febre.
Uma pesquisa da Veris Faculdades em campinas, realizada pelas alunas do curso de Ciências Biomédicas, Adriana Perez e Tássia Bulhões, orientada pela professora de Microbiologia, Rosana Siqueira dos Santos, analisou a presença de diferentes tipos de microorganismos na escova, inclusive coliformes fecais e outras bactérias que podem causar problemas gastrointestinais e febre.
O estudo avaliou dez escovas de dente, metade com apenas um mês. “Fora encontrados vários tipos de microorganismos nas escovas, uns já esperados como, os coliformes totais e termo tolerantes e até mesmo a Escherichia coli, Estafilococos coagulase negativa, bolores e leveduras. Porém, encontramos muito Bacillus Gram negativos, dentre os quais foram identificados Pseudomonas aeruginosa, Yersinia enterocolítica, Enterobacter cloacae e Citrobacter freundi”, afirma a orientadora Rosana Santos.
Nas escovas com um mês de uso, os coliformes totais e termotolerantes e até mesmo a Escherichia coli prevaleceram nas cerdas, porem houve uma redução significativa em relação aos Estafilococos coagulase negativa e aos bolores e leveduras. Dentre os Bacillus Gramnegativos não houve mais a presença de Paeruginosa e nem de Yersinia enterocolítica, porem o Citrobacter freudi ainda foi detectado. “Esses microrganismos são causadores de doenças graves em seres humanos, muitos são resistentes a antibióticos e são oportunistas”, esclarece a professora
A pesquisadora afirma que essas bactérias podem ser prejudiciais porque permanecem nas cerdas dentárias que não são higienizadas assim como as sobras de comidas. A maioria desses microrganismos leva de 20 a 30 minutos para dobrar sua geração e pode permanecer nas escovas até a próxima escovação, então a tendência é aumentar ainda mais a carga de bactérias e fungos nesses objetos. Com esse aumento vem o risco de ocasionar algum problema de saúde nos usuários como o aumento de cáries, a produção de mau hálito, as lesões na mucosa bucal, a gengivite, os problemas gastrointestinais, a febre, entre outros. “As pessoas com sistema imunológico debilitado estão mais sujeitas a esses problemas, uma vez que ao ocasionar lesões na mucosa, seja pela escovação ou algum outro problema, esses microrganismos podem cair na corrente sanguínea, e se as celular imunológicas do organismo não forem suficientes para eliminá-los, podem se alojar em qualquer órgão do corpo e tornar o problema mais grave”, explica.
Higienização das escovas
Rosana Santos explica que durante o estudo, metade das escovas contaminadas foram mergulhadas em uma solução de Clorexidina a 0,12% e a outra metade em anticéptico bucal comum por dez minutos. A Clorexidina foi eficiente na eliminação significativa de todos os microrganismos em estudo. O anticéptico bucal já não foi tão eficiente quanto a Clorexidina reduzindo apenas parte da carga microbiana. “Sugerimos que seja feita a higienização das escovas de dente sempre que for possível com solução de anticépticos bucais, de preferência à base de Clorexidina, mas se não for possível que se faça uso do anticéptico bucal o individuo esteja acostumado. É necessário deixar a escova imersa ou em contato com o produto por dez minutos. Após levar a escova, retirar o excesso de água com várias batidinhas na borda da pia e guardar em ambiente seco. Caso a pessoa não tenha acesso a essas soluções vale deixar a escova imersa em água fervente por dez minutos, que terá o mesmo efeito.”
Para evitar a contaminação, não se deve guardar as escovas molhadas ou deixá-las em cima da pia. É preciso sempre lavá-las e higienizá-las todos os dias ou uma vez por semana; não secá-las em toalhas de banho, rosto ou papel higiênico e guardá-las em ambiente seco.
O coordenador científico da marca Oral-B, Henrique Cruz, explica que a empresa, preocupada com a saúde bucal das pessoas, desenvolveu uma escova antibacteriana com banho de íons de prata que protege as cerdas e inibem o crescimento de germes e bactérias. “A prata é capaz de atuar nas paredes moleculares das bactérias, altera a membrana, e, por isso, elas não se reproduzem e morrem. Isso foi testado e aprovado com uso da escova 30, 60 e 90 dias”, afirma Henrique.
Henrique Cruz destaca que antes se falava muito de prevenção da saúde e hoje o importante é promover saúde. “O Cirurgião-Dentista precisa orientar o paciente que a escova dental é um objeto que promove a saúde e, portanto, deve ser higienizado corretamente”.
Fonte: APCD Jornal